Séculos antes de se tornar num ingrediente-chave de saladas e
molhos, acreditou-se que o tomate seria um alimento mortal. Durante
cerca de 200 anos, até ao final do século XIX, a maioria dos europeus
evitou consumir tomates – apelidados de “maçãs venenosas” – por
acreditar que causavam doenças e mortes, especialmente entre os membros
das classes sociais mais altas.
A crença instalou-se
porque os europeus ricos serviam a comida em pratos de estanho, que
contém alto teor de chumbo. Como os tomates são naturalmente muito
ácidos, quando eram colocados nesses pratos filtravam o chumbo, o que
muitas vezes resultava no envenenamento dos consumidores.
A jornada do tomate, a
partir de uma lista de substâncias venenosas até aos livros de receitas,
não foi fácil. Uma das primeiras referências ao tomate na Europa foi
feita pelo herborista italiano Pietro Andrea Matthioli, que considerou a
tóxica “maçã” como pertencente a uma classe de alimentos conhecidos
como afrodisíacos. À semelhança de frutas e vegetais da família
Solanaceae, que também inclui a beringela, o tomate ganhou a reputação
de ser, não só venenoso, como também sedutor.
Até ao final de 1800,
os tomates foram cultivados em países europeus quase exclusivamente para
fins decorativos. Durante décadas, muitos produtores recearam ainda um
verme verde presente nas folhas de tomate, considerado por alguns como
“tão venenoso quanto uma serpente”.
A reviravolta na
reputação do tomate chegou em 1880 com a invenção da pizza em Nápoles, o
que o tornou num alimento bastante popular na Europa e na América do
Norte.
Hoje em dia, os tomates
são consumidos por todo o mundo e em inúmeras variedades. São
produzidos para serem comercializados mais de mil milhões e meio de
toneladas de tomates por ano. Em 2009, só os EUA produziram 1,5 mil
milhões Kg.
Fonte: Sapo
Fonte: Sapo